Corsário
Fiz ranger as folhas de jornal
Abrindo-lhes as pálpebras piscantes
E logo de cada fronteira distante
Subiu um cheiro de pólvora
Perseguindo-me até em casa
Nesses últimos vinte anos
Nada de novo há no rugir das tempestades
Não estamos alegres, é certo
Mas porque razão haveríamos de ficar tristes?
O mar da história é agitado.
As ameaças e as guerras
Havemos de atravessá-las, rompê-las ao meio
Cortando-as como uma quilha corta as ondas
(Poema de: Maiakovski/ Tradução: Emilio Carrera Guerra)
Meu coração tropical está coberto de neve
Mas ferve em seu cofre gelado
A voz vibra e a mão escreve mar
Bendita lâmina grave que fere a parede
E traz as febres loucas e breves
Que mancham o silêncio e o cais
Roseirais, Nova Granada de Espanha
Por você, eu, teu corsário preso
Vou partir a geleira azul da solidão
E buscar a mão do mar
Me arrastar até o mar
Procurar o mar
Mesmo que eu mande em garrafas
Mensagens por todo o mar
Meu coração tropical partirá esse gelo e irá
Como as garrafas de náufragos e as rosas partindo o ar
Nova Granada de Espanha e as rosas partindo o ar